André Caixeta Colen
A luz do dia irradia
Da janela do escritório, cenário
Perco-me em devaneios
A cidade apresenta teus prédios
Carros que se enfileiram, barulho
Nesta sala, emprego.
Lá, distante, desejo.
Pessoas trafegam
Pessoas se perdem
Gente se acha
Amores se desamam
Solitários se encontram
Enlou-crescem
Neste tumulto da cidade
Fecho os olhos
Procuro uma brisa
Só encontro ar-condicionado
Busco o gosto de sal
Só acho bala halls
Quero passeio, carinhos na praça
Só vejo a tela ativa do computador
Busco tua pele morena
Só acho mesa, livros
Procuro tua mão
Sinto apenas papel, caneta e solidão
Quero tua boca
E esta sala teima em me querer
A luz do dia irradia
Esquenta, ferve minh’alma
Sumirei desta sala
Fugirei da selva louca
Buscarei o sol
Evaporo-me em devaneios
Serei brisa
Levarei o sal do meu beijo
Acariciarei tua pele, tua mão
E deixarei meu sal na tua boca.
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