sábado, 9 de outubro de 2010

Carta de saudade

André Caixeta Colen

Hoje fui arrebatado por uma saudade de você.
Como queria ligar para você.
Saber como está,
saber o que te aborreceu,
e o que lhe alegrou durante o dia.
Sinto falta de nossas intimidades,
de nossas conversas sem necessidade,
dos momentos que eram só nossos.
Queria, no meu mais infinito desejo, dizer que a amo,
ouvir, em retorno, que me ama.
Sei que ouvir de você o amor que tanto queria é impossível.
Não a culpo por isso, nem me culpo.
Vivemos, mas sinto tua falta.
A saudade que me colheu hoje
foi daquelas de dar nó na garganta.
Saudade de teus braços, pernas, olhos, tudo.
Saudade de tuas mãos junto às minhas.
Saudade de teu sorriso tímido, mas delicioso.
Sinto sua falta assim como a noite sente a ausência da lua.
Como a primavera sente a ausência das flores.
Como Charlitos sente a ausência do riso.
Se me perguntares o por quê, hoje, justo hoje,
senti tanto sua falta,
não poderia esconder,
nem, sequer, tripudiar a verdade que assombra meus pensamentos.
Senti, pois, sua falta, por lhe amar,
senti, também e talvez, por saber que não me ama.
Talvez a saudade, como o próprio escritor diz,
seja realmente não saber de quem se ama
de quem se gosta e se deseja estar junto.
O que me resta é esperar que esta saudade passe,
que se torne uma vaga lembrança do que fomos.
e do que poderíamos ter sido.
Contudo, enquanto não a esqueço,
A saudade vem aos arrebóis,
tomando-me com uma dorzinha chata,
alfinetando-me o coração
e enchendo-me os olhos de lágrimas.
Nesta saudade que me invade
resta-me somente passar para o papel
minhas saudades e minhas dores
ninguém é culpado por isso,
o que aconteceu foi a VIDA.
Você não é culpada por deixar de me amar
e tão pouco por amar outro alguém, eu acho.
Neste escrevinhamento de palavras soltas,
ridículas e sem sentido,
eu só queria dizer que hoje senti saudades suas.

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