sábado, 9 de outubro de 2010

Aos doze que não vingaram

André Caixeta Colen

Muito poderia ter sido dito.
Muito poderia ter sido feito.
Pouco teria carecido de retoques.
Nada seria mais gratificante.
Mas os doze não vingaram.

Não vingaram os doze beijos debaixo de chuva.
Não vingaram as doze promessas feitas.
Não vingaram as doze rosas dadas.

Muito haveria de ser dito.
Muito haveria de ser feito.
Pouco seria perdido pelo caminho.
Nada teria de ser deixado por fazer.
Mas os doze não vingaram.

Não vingaram as doze músicas que cantei para você.
Não vingaram os mais de doze planos que poderiam ter sido feitos.
Não vingaram as outras noites com doze garrafas de cerveja.

Muito agora é amorfo, cinza e estranho.
Muito se faz presente, a sua ausência.
Pouco foi minha capacidade para amá-la?
Nada, talvez, pudesse eu fazer para mudar a estória.
E os doze não vingaram.

Não vingaram as doze viagens por serem feitas.
Não vingaram os doze carinhos plantados.
Não vingaram os mais de doze desejos ansiados.

Muito há por se fazer.
Muito há o que se reavaliar.
Pouco há para se falar.
Nada há para arrepender.
E com o gosto amargo
de “nunca mais” na boca digo:
“os doze não vingaram!”

Um comentário:

  1. Pq doze???
    sei que a pergunta parece sem fundamento...
    mas ela é necessária a leitora... rs

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