sábado, 9 de outubro de 2010

Lembranças

André Caixeta Colen

Lembranças são coisas estranhas,
às vezes confundida com saudade.
A lembrança, talvez, seja um tipo de saudade.
Saudade desnuda da dor, da tristeza ou da alegria.

Lembranças são das mais diversas:
lembranças da infância,
lembranças de adolescências,
e lembranças de amores.

E quando me perguntares:
“Do que te lembras dela?”
direi que lembro dos olhos brilhantes;
do sorriso rasgo;
das conversas infindas.

Lembrarei das enquetes na praça,
do violão tocado na noite chuvosa.
Hei, sempre, de lembrar do carinho suave,
do beijo ardente, dos lábios loucos,
de quando eu era o seu senhor da noite.

Lembrar-me-ei das noites que vivemos,
da trama de corpos,
dos suspiros descompassados,
da insanidade amorosa.

Mas até estas serão colocadas na prateleira da memória.
Acumularam o pó dos tempos.
Será transpassado pelas traças de novas lembranças.
E, aí, o que era saudade, virará lembrança, e, esta, esquecimento.

Talvez, ao final, fique aquele sorriso,
um olhar perdido no tempo.
Talvez uma leve brisa passe pelos cabelos
e eu a resgate no vento, a lembrança de teus carinhos.

Talvez, somente talvez...

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