quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Poesia

Poesia André Caixeta Colen Poesia não precisa ser alegre não carece de romance, Enlace, ou carinho. Poesia! Ahhh a poesia! É aquele momento em que você Deixa de ser você É um frio na barriga, Um calafrio subindo a espinha. Pode ser de terror, medo, amor E, claro, de incertezas. Mas ainda sim, poesia! A poesia não procura destino certo Ela é a estrada, De muitos, um dos meus caminhos A poesia é sacana, Lhe dá um beijo e depois um tapa na cara Compreensão, onde muitos só vêem confusão Mas poesia é assim Louca e sã Recatadamente devassa Minha amiga, meu carinho Uma doidinha, mas ainda sim poesia E dirão, como muitos: Para que te serve a poesia!? E em resposta perguntarei Talvez como como um tolo a um sábio Talvez como louco à sanidade Ou ainda, como um paciente ao médico: Para que serve respirar!?

sábado, 2 de abril de 2011

Poesia curta

André Caixeta Colen

Poesia curta é assim.
Nem bem começou,
nem bem se gosta
nem bem se lê
E fim.

Sem título

André Caixeta Colen

Toda loucura será perdoada
Todo amor será sorvido
Toda dor curada
Todo sorriso sentido
Toda intriga desnudada
Toda solução rebatida
Toda ilusão será dos amantes
Toda certeza será sorvida
Todo paisagem será dos mirantes
Ao final de tudo, toda e todo
Restará o amor sorrido
O sorriso sentido
e nada mais.

Loucura

André Caixeta Colen

Loucura é passar por esta vida e não viver
É passar desapercebido por entre as gentes
Loucura é perceber que não sorriu durante todo o dia
não amou, não chorou. Não sentiu nada!
Loucura é não rir de si mesmo, não falar bobagem,
não gostar de coração aberto.
Loucura é não olhar com carinho uma pessoa
fazer um carinho em sua face e dizer:
"Eu te amo!"
Loucura é não gostar de música
é não se emocionar com poesia
Loucura é se martirizar por amor desfeito
sofrer e viver deste sofrimento.
Loucura é pensar que sua felicidade,
sua própria razão de ser,
depende de outra pessoa.
Loucura é não se emocionar com um abraço sincero
com um sorriso de uma criança
Loucura é achar que está sempre certo,
não ter humildade de reconhecer o erro,
de não buscar a própria superação.
Loucura é distinguir as pessoas,
não pelo caráter,
mas pela cor, sexo ou religião.
Loucura é dizer que ama a Deus
e em nome Dele matar,
criticar e fazer pouco de quem, como você,
não comunga da mesma idéia.
Loucura é não gostar de cantar,
de fazer amor noite adentro,
de escrever poesia mesmo sem saber.
Loucura é gritar com as pessoas no trânsito,
se irritar com engarrafamentos,
matar pessoas sem qualquer razão.
Dizem-me que sou louco
talvez eu seja mesmo
talvez este mundo não seja para mim
talvez me falte a hipocrisia, sei lá!
Contudo, loucura, loucura mesmo,
seja aquela babaca e transvestida coisa
que as pessoas teimam em chamar de normalidade.

Aquele que eu sou

André Caixeta Colen

Sou aquele que anda tonto,
trôpego pelas ruas cegas.
Sou aquele que a busca
pelas cidades cinzas.
Que vaga pela noite,
uiva para a lua,
estremece os ventos
que chicoteiam as montanhas.
Sou aquele que busca teu coração,
o amor desprendido,
a paixão enlouquecida
e o teu sexo quente.
Sou aquela voz despudorada,
que rasga teu ouvido,
inunda teus canais.
Sou aquele braço a te pegar,
a te jogar na parede
E a murmurar em teu ouvido:
"Vem minha mulher!"
Sou aquele que canta em teus ouvidos
que acarinha teu corpo
Sou aquele que arranca teus suspiros
Aquele que estremece tuas pernas
Sou aquele que a serpenteia
que lhe invade com as mãos
Aquele que embala teu sono.
Sou aquele, jamais poeta,
apenas mais um na multidão.
Apenas seu em meio à multidão.

Minha escrita

André Caixeta Colen

Farei de tua pele meu papiro.
Em tua tez descreverei minha Helena
De tuas costas farei uma epopéia
Em tuas coxas narrarei os argonautas
Derramarei em ti as águas dos oceanos,
navegarei pelos teus caminhos
ditados pela rosa dos ventos,
pela rosa de teus olhares.
Escreverei em cada dobra,
em cada estreito pedaço de ti,
a história de uma vida,
o amor de nossas vidas,
o sexo entre duas pessoas.
A tinta sairá de minha boca
e gravara sobre teu papiro
invadirá teus morros,
tuas grutas e teus mistérios.
Meus dentes serão dos esfomeados
dos subnutridos de amor,
serão cravados sobre tua carne quente,
dilacerando e serrilhando-te.
A invadirei como os bárbaros,
não pedirei licença,
não terei polidez romana,
serei um intruso em teu corpo,
em teu espírito.
Tomarei posse de ti,
vindicarei teu coração
reclamarei teu espírito e teu sexo.
Serás minha bíblia.
Nas tuas virilhas farei meu credo,
no teu sexo minha paixão,
meu perdimento, reconhecimento
e elevação.
Serei teu leitor da noite
teu escritor das madrugadas
e teu amigo de todos os dias.

Desejos

André Caixeta Colen

No teu cabelo quero me afogar
Nos teus olhos me perder
Na tua mão me suavizar
No teu beijo enlouquecer
No teu pescoço te farejar
No teu riso me entreter
No teu coração morar
No teu sexo estremecer
Nos teus pensamentos me fixar
Nos teus contornos te conhecer
Na tua coxa meus dentes cravar
No teu canal fazê-la liquefazer
No teu sussurro enrijecer
No teu gozo me lambuzar
Nos teus braços adormecer
E por fim
Em meu peito
Exausta
Satisfeita
Molhada
Amada
Na nova manhã
Vê-la acordar