sábado, 9 de outubro de 2010

Inalienável direito

André Caixeta Colen

Deveria ser regra universal:
“Ao menos uma vez na vida
será conferido a todo Homem
o direito de adormecer
sob a areia da praia
o barulho incessante das ondas
e do manto sagrado do universo.”

Penso ser um direito.
Inalienável
intransferível
intransmutável.

Aquele que ousasse transgredir
não seria punido.
Pior punição, pois, é jamais,
em momento algum,
ter-se dado este direito.

Dormir sob o barulho das ondas
é ouvir a palavra Maior,
é escutar tudo que é mais forte,
tudo que é mais vivo.

É escutar, por fim, as palavras de tudo que simplesmente é.
Perceber que a cada onda,
que cada bolha de espuma a chegar na areia,
ao estourar,
é como se Gaia sussurrasse em nossos ouvidos:

“Dorme filho!!! Amanhã a gente se vê!!!”

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