sábado, 9 de outubro de 2010

Na hora marcada

André Caixeta Colen

Havia marcado com ela àquela hora.
A esperava ansioso, meus olhos mal piscavam.
O que falaria? Deveria falar?
O fim do dia se aproximava,
com ele também a expectativa de vê-la chegando.
Sabia que ela surgiria por detrás daquelas árvores.
Então pus me a fitar aquele espaço.
Para mim nada mais havia.
Então ela veio.
Surgiu devagar por dentre o bosque.
Estava alvea, era alvea.
As marcas do tempo por seu corpo eram nítidas
como marcas da própria idade.
Mas não retiravam dela sua beleza feminina.
Sua ardência amorosa.
Aquela ardência sempre procurada pelos seus amantes.
A idade era algo ínfimo, perto de tamanha beleza.
Ela continuava vindo.
Sua silhueta era nítida
como o corpo de uma odalisca por detrás dos sete véus.
Galgava passo a passo
aproximava-se de um êxtase inevitável.
A noite fria, era aquecida por sua presença.
A escuridão que se aproximava só não era maior
devido a sua presença irradiante.
Então por fim de seu desfile
no palco do cosmos ela se firmou.
E SE FEZ, FINALMENTE, LUA!

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