sábado, 2 de abril de 2011

Minha escrita

André Caixeta Colen

Farei de tua pele meu papiro.
Em tua tez descreverei minha Helena
De tuas costas farei uma epopéia
Em tuas coxas narrarei os argonautas
Derramarei em ti as águas dos oceanos,
navegarei pelos teus caminhos
ditados pela rosa dos ventos,
pela rosa de teus olhares.
Escreverei em cada dobra,
em cada estreito pedaço de ti,
a história de uma vida,
o amor de nossas vidas,
o sexo entre duas pessoas.
A tinta sairá de minha boca
e gravara sobre teu papiro
invadirá teus morros,
tuas grutas e teus mistérios.
Meus dentes serão dos esfomeados
dos subnutridos de amor,
serão cravados sobre tua carne quente,
dilacerando e serrilhando-te.
A invadirei como os bárbaros,
não pedirei licença,
não terei polidez romana,
serei um intruso em teu corpo,
em teu espírito.
Tomarei posse de ti,
vindicarei teu coração
reclamarei teu espírito e teu sexo.
Serás minha bíblia.
Nas tuas virilhas farei meu credo,
no teu sexo minha paixão,
meu perdimento, reconhecimento
e elevação.
Serei teu leitor da noite
teu escritor das madrugadas
e teu amigo de todos os dias.

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