sábado, 2 de abril de 2011

Aquele que eu sou

André Caixeta Colen

Sou aquele que anda tonto,
trôpego pelas ruas cegas.
Sou aquele que a busca
pelas cidades cinzas.
Que vaga pela noite,
uiva para a lua,
estremece os ventos
que chicoteiam as montanhas.
Sou aquele que busca teu coração,
o amor desprendido,
a paixão enlouquecida
e o teu sexo quente.
Sou aquela voz despudorada,
que rasga teu ouvido,
inunda teus canais.
Sou aquele braço a te pegar,
a te jogar na parede
E a murmurar em teu ouvido:
"Vem minha mulher!"
Sou aquele que canta em teus ouvidos
que acarinha teu corpo
Sou aquele que arranca teus suspiros
Aquele que estremece tuas pernas
Sou aquele que a serpenteia
que lhe invade com as mãos
Aquele que embala teu sono.
Sou aquele, jamais poeta,
apenas mais um na multidão.
Apenas seu em meio à multidão.

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